8.11.06

eco ao fundo da canção mórbida

a canção que você fez pra mim tinha algo de melancolia e morbidez. sonoridade estranha, sentimentos idem e pouca esperança. da lágrima que correu o lado esquerdo do rosto senti o gosto da dor. sofri. de todos os tipos e formas escolhi as mais bizarras. das mulheres e homens preferi os que haviam perdido.
na primeira manhã o gosto na boca não vinha de mim. noite dormida cansada que teimava em não acabar. na segunda, teu desdém cravou fundo no peito qual lâmina afiada. sentimento estranho, esperança idem e pouca sonoridade. lágrima. filete de sangue, olhar endurecido e o eco ao fundo da canção mórbida.
mas amanhã eu sei, será diferente. sei sim: quebrarei o disco da canção, secarei a lágrima, cegarei a lâmina afiada e passarei tudo que perdi pra ti. então, finalmente, conhecerás a minha vida e se arrependerás.
solução nenhuma: bala na cabeça, faca no coração, corda no pescoço, salto alto no asfalto quente. de mim, esperança estranha, sonoridade idem, pouco sentimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

bala na cabeça, como os olhos de Maria Callas ardendo com Médeia, e um beijo mole tipo jujuba.