8.8.07

adolescência pueril, literatura romântica e música triste

da vida, sempre soube pouco, sobre o sentido e seus motivos.
com 15 imaginava que morreria aos 21.
adolescência pueril, literatura romântica e música triste.
combinação imperfeita.
depois o tempo passou...
não morreu.
percebeu que o sentido da vida é contraditório.
só se completa e passa a existir com o seu fim.
adolescência pueril, literatura romântica e música triste.
...
quando dormiu, ela imaginou que seu momento havia chegado.
colocou o disco do cartola e ouviu o mundo é um moinho.
serviu uma dose generosa da cachaça da estante
e tomou de gole só.
sempre havia sonhado com esse momento.
pensou: como não havia feito isso antes?
deixou a música acabar,
tomou outra dose e dormiu.
não sabia como seria o mundo
naquela manhã de domingo.
...
descarregou a arma, pensou na janela.
lembrou do veneno adicionado a cachaça.
como não havia feito isso antes?

(para alguns amigos, que nesse meio tempo,
descobriram o sentido contraditório da vida...)

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