3.1.07

ninguém mete a colher

Declarava-lhe amor e sentimentos que afirmava jamais ter conhecido. Não sabia. Escuta na extensão. Desligou prometendo breve encontro para saciar desejos incontroláveis. Foi abordado no corredor principal que terminava na cozinha. A mulher repetia não admitir tipo de traição. Negava. Ameaçava perder paciência. "Cala a boca mulher!". "Safado, quem era a piranha?". Não agüentou e deu-lhe socão na boca. A mulher caiu. Misto de cuspe, sangue e palavrão entoavam a cena favorita para manchete no Jornal da Tarde. Chutou-lhe as costelas e ouviu o crac dos ossos quebrados, também os gritos de ai não me bate por favor que já eram comentários na vizinhança. Alguém (briga de marido e mulher ninguém mete a colher) chamou a polícia. Passaram-lhe as algemas pra mulher prestar queixas. Disse que não. Amava o marido apesar de tudo. Ele: "macho que é macho domina qualquer situação". Foi dormir. A mulher esperou. Ferveu azeite português e com conta gotas aplicou 30 no ouvido esquerdo e 20 no direito. O homem bateu-se alguns segundos e depois parou. Não achava suficiente. Cortou-lhe o pênis e fritou com óleo de peixe misturando farinha e comendo feito farofa. Sabor amargo. Vomitou. Sentiu-se feliz. Amava o marido apesar de tudo.

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