29.3.07

naquele dia

as pernas do homem velho cruzaram o asfalto frio da manhã por vir.
da noite em claro, da barriga sem nada, pouco ficaria.
haveria de mudar tudo naquele dia.
escolheria o salvador pela aparência, cara de gente triste dá raiva.
então faria o que sempre deveria ter feito.
o três oitão na cabeça e a ordem sem piedade: "vai, entrega logo!"
sem reação melhor ainda.
esperava sim, pelo menos naquele dia, comer bem e ser feliz.
depois morrer.
e sorrir.
só naquele dia.

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