11.3.07

memórias do cavaleiro solitário

Te matei sem querer. Não tinha culpa se cuspias demais e tinhas o hábito pouco comum de peidar enquanto gozavas em nossas epopéias sexuais. Confesso que te amava, não minto. Afinal, foram apenas seis golpes certeiros com a peixeira enferrujada bem no meio da buceta gasta, porém honesta. Sete era o teu número de azar.
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Fazia um barulho interminável do saco de pipoca sendo remoído bem na cena do happy end. E depois o cróac cróac da pipoca na boca quando o pau do mocinho parecia em ponto de bala. Claro que não agüentei. Na gerência, disparei três vezes entre os olhos do moço loiro atrás da mesa revirando papéis. Errei, era o recepcionista.
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O oclinhos quadradinho azulzinho denunciava o crime. Cursava Jornalismo numa particular e preparava a tese sobre Meios de Comunicação Alternativos. Haveria de matá-lo enfiando 84 bolinhas de gude cu-a-dentro e lacrando com Super Bonder ultra rápido.
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Parecia tudo perfeito. Era linda e tinha curvas perfeitas quadril-de-miss-pele-bronzeada. E eu com dentes tortos de peixe e hálito sempre por renovar não acreditando no interesse súbito. Não poderia me dar bem. Haveria de currá-la com mais dez do time da rua. Depois, tinha o treino do profissional e era a minha chance de aparecer mesmo improvisado na lateral.
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Tinha comprado dois discos do Ivan Lins e um do Oswaldo Montenegro. Sem dó nem piedade: um único tiro certeiro na boca pra aprender a ser gente.