6.2.07

deixe seus demônios falarem por você

a poesia sobre o amor nunca me seduziu.
escrevo, como uma forma de exorcizar os demônios que criei e alimentei durante toda a minha vida. eles, os meus demônios, cultivaram a tristeza, a angústia e a dor como matrizes de sua inspiração. essas mal traçadas linhas resultam dessa combinação pouco clara entre esses demônios e o seu criador.
não me peçam para falar sobre a felicidade. esse tipo de literatura nunca me agradou. parafrasendo o romeno cioran, escrevo, "porque não há outra forma de me vingar". eu tentei, juro que tentei, escrever coisas que apontassem para outra forma de vida. no entanto, na encruzilhada entre a claridade e a escuridão, acabei sempre indo por caminhos mais desconhecidos.
penso que escrevo sobre a vida. sim, sofrer faz parte da essência humana. a dor, a violência, a luxúria e a morte estão à nossa volta. quer ver: deixe seus demônios falarem por você e verás do que és capaz.
só isso.

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